O EVENTO

O III Seminário de Antropologia da Prática acontece após a pandemia do Coronavírus, a qual resultou em transformações nas formas de interpretação do mundo, nas técnicas de pesquisas e em todos os níveis de ensino. Apesar de enfrentarmos essas mudanças inovadoras, outras reprodutoras do conservadorismo e da desigualdade racial, sexual, de gênero e social, o pensamento das Ciências Sociais continua a buscar um reposicionamento de sua atuação, de sua relevância e de seu valor nas formas de compreensão e intervenção no mundo.

Diante disso, O III SEANPRA e o I Encontro de Núcleos de Pesquisa têm o objetivo de reunir pensadores das temáticas das relações étnico-raciais, ações afirmativas, gênero e segurança pública e identidades emergentes no século XXI com a perspectiva de apontar cenários para as políticas públicas e a produção acadêmica para as populações indígenas, quilombolas, pretos e pardos, no tocante ao acesso à educação e seus territórios rurais e urbanos, ao mesmo tempo, pensar a questão da segurança pública e do gênero numa implicação com raça/etnia.

O processo da pandemia iniciado em 2020 trouxe à tona as desigualdades entre as pessoas nas múltiplas dimensões, especialmente no campo da ciência. As ciências sociais com longa trajetória de produção de conhecimento em conjunto com as comunidades tradicionais, especialmente nos cuidados alternativos à medicina estabelecida fora ignorada. Esta atitude é comum em várias dimensões do conhecimento sobre a realidade social, as quais o III Seminário quer continuar debatendo a partir de uma perspectiva que prioriza o olhar sobre o agente social, a pessoa, o indivíduo em sociedade e, a partir de sua correlação com a sociedade.

No primeiro Seminário da Antropologia da Prática: afrodescendência, territorialidade, identidade e educação, realizado entre 18 a 20 de setembro de 2018 teve como foco o debate junto às comunidades quilombolas e as proposições de ações afirmativas, no caso desta última, articulou-se a criação da Lei 7.455/2022 que atualizou a lei de cotas raciais na UESPI, destinando 50% das vagas no ensino superior para estudantes de escolas públicas e negros.

No segundo seminário da Antropologia da Prática: gênero, étnico-racial e educação, realizado 18 a 21 de setembro de 2019 propôs focar temas que a Antropologia da Prática aborda e em construir um espaço onde foi debatida, especialmente em questões relativas à metodologia, às suas categorias e suas abrangências, paralelamente a isso, outros temas foram debatidos, tais como: Gênero, Etnia-raça, Cultura, Política e Educação.

O III Seminário funciona através de 3 eixos básicos de conteúdo formativo: 1) Políticas de Ações Afirmativas, educação e desigualdade social; 2) Indígenas, quilombolas e a questão das identidades emergentes e; 3) Relações étnico-raciais, de gênero e Segurança Pública. Por que trabalhar com esses 3 eixos na realidade piauiense? O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) afirma que somos uma população 80% de negros e pardos e, consequência disso é que temáticas relativas às desigualdades raciais e às políticas de ações afirmativas analisam o contexto dessas populações no acesso ao ensino superior, à pós-graduação. Neste eixo a Educação e desigualdade social, nos leva à implicação com o debate para a educação no campo, educação e cultura, educação e políticas públicas e, escola e racismo. O segundo eixo traz às territorialidades indígenas e quilombolas e a questão do racismo, notadamente o institucional como inseparáveis do contexto de pesquisa no Piauí, inclusive na tentativa de compreensão do processo de formação do povo. As emergentes identidades indígenas, antes consideradas, para alguns autores extintas pelo violento processo de colonização realizado por oligarquias ainda presentes no processo político e cultural do nosso estado. O processo de ‘diluição’ da população nativa piauiense entre os colonizadores por um momento os fez ‘desaparecer’, contudo, a construção de uma sociedade mais democrática e alinhada aos direitos das populações mais vulneráveis faz ressurgir o movimento de autodeclaração de comunidades constituídas pessoas indígenas produzindo um outro cenário na composição da população piauiense. Por fim, o terceiro eixo, Relações étnico-raciais, de gênero e Segurança Pública, tem o objetivo de trazer à tona dados estatístico e reflexões sobre o que Abdias Nascimento denominou de ‘genocídio do negro brasileiro’, ao mesmo tempo em que tenta articular com temáticas relativas ao gênero e à sexualidade.

Paralelo ao evento do III Seminário da Prática, iniciaremos uma atividade reivindicada por pesquisador(a)-docentes e pesquisadores(as)-discentes o I Encontro de Grupos de Pesquisa. Neste evento as atividades são o que é produzido nos núcleos de pesquisa: relatórios de pesquisas acadêmicas, projetos em andamento, relatos de experiências, trabalhos de conclusão de curso – TCC e as perspectivas de organização e funcionamentos dos núcleos. Estas atividades ocorrem, prioritariamente pelo turno da manhã e devem ser organizadas a partir das atividades e sugestões dos núcleos convidados.

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